Oficina virtual

Nessa postagem, iremos dar a chance para quem não pôde comparecer, presencialmente, na oficina no dia 10.11.2017. Iremos replicar nossa oficina em ambiente virtual para todos aqueles que tinham o interesse em assistir, e por algum motivo não puderam, ter a oportunidade de saber como nós relacionamos o tema tatuagem com a Arquivologia.

Da mesma forma que os que compareceram ao nosso stand viram a nossa oficina montada e vieram até nós, interessados no tema e em saber o que nós estamos apresentando, trazemos agora isso para vocês através desse blog.

Somos alunos do curso de arquivologia da UnB, e o tema da nossa oficina é tatuagem, como forma de identificação pessoal e prova documental, trazendo uma relação entre a tatuagem e a Arquivologia e mostrando o que esses temas têm em comum.

Você sabe o que é a Arquivologia?

É basicamente a área responsável por fazer a gestão documental de uma instituição, seja pública ou privada, com a finalidade de utilizar os documentos como prova e preservar a memória da instituição.

A Arquivologia está presente no nosso dia a dia, visto que todo mundo possui um arquivo. Por exemplo, o acervo que o tatuador possui no seu arquivo pessoal é composto pelo alvará de funcionamento do local que ele trabalha, autorizações necessárias para ele exercer o trabalho de tatuador e o portfólio, o qual será um dos principais focos desta oficina (o portfólio estava exposto no stand), além de outros documentos. Além disso, o produtor arquivístico desses documentos citados é o próprio tatuador, por que é ele que guarda esses documentos como prova de suas atividades, atribuindo assim uma finalidade arquivística aos mesmos. É possível relacionar isso com o arquivo pessoal de cada pessoa, em que constam documentos como RG, CPF, carteira de trabalho.. e nesse caso a própria pessoa é o produtor arquivístico, pois é ela que usa o documento e guarda como prova.

Portfólio do tatuador em exposição na oficina

O portfólio do tatuador é criado inicialmente com o intuito de divulgação de seus melhores desenhos, para convencer um possível cliente a tatuar com o mesmo. Partindo da ideia de que o portfólio será visto por outras pessoas, o tatuador vê a necessidade de impedir que outras pessoas usem seus desenhos, portanto insere sua própria assinatura no portfólio, de maneira a salvaguardar seus direitos autorais e impedir réplicas. A assinatura portanto passa a ser compreendida então como um elemento de autenticação do documento, da mesma forma que os traços específicos de cada tatuador, bem como a escolha do papel para inserir o desenho. A arquivologia trata esses elementos usando da análise diplomática, visando identificar as características extrínsecas que tornam único cada documento.

Voltando para o foco da tatuagem na pele, a mesma não tem apenas finalidade estética. É também uma forma de identificação pessoal. Diversas tribos indígenas por exemplo, tem suas marcas no corpo e rosto para identificar que fazem parte de uma mesma tribo. Na Índia, um dia antes da mulher se casar, ela é toda tatuada por outras mulheres da família, de forma a ser identificada por estar passando para a vida adulta, ou seja, o casamento. Dessa forma, através da tatuagem é possível compreender sua função histórica e social, surgindo assim a necessidade de guardar a informação como uma cultura a ser preservada.

Aí vem um desafio:

Você consegue identificar nas imagens abaixo qual seria a possível finalidade social da tatuagem em questão?


1)




2)

3)

Vamos às respostas:

1)As estrelas nos ombros do detento indicam que ele é uma "autoridade" criminal; as medalhas são prêmios representando desafio ao regime soviético. Os olhos na barriga sugerem que ele é homossexual (o pênis é o "nariz" do rosto).

2)Na Nova Zelândia, a pintura corporal reflete a ancestralidade do indivíduo, além do poder aquisitivo de sua casa.

3)A múmia descoberta entre a Itália e a Áustria – conhecida como Homem de Gelo ou Ötzi – tem 50 tatuagens no corpo feitas a partir de pequenas incisões na pele preenchidas com carvão vegetal.

Além da finalidade cultura, a tatuagem pode ainda ter mais um uso: o reconhecimento de pessoas. Em diversos casos por exemplo, um criminoso foi identificado por conta de suas tatuagens, da mesma forma que em catástrofes ou acidentes aéreas, nas quais não foi possível identificar a face da vítima em questão, a tatuagem foi a forma de solucionar este problema. 

Em processos civis, a foto de uma tatuagem pode ainda passar a ser um documento componente de um dossiê, que vai acompanhar todo o trâmite do processo, como foi o caso polêmico do garoto que foi tatuado à força após uma tentativa de furto. 

Esta análise da função de uma tatuagem em específico se relaciona com a análise tipológica que é feita nos documentos, visando identificar seu uso para o produtor arquivístico através de suas fases ao longo da vida útil do documento. 


Ao final da oficina foi entregue o certificado de participação para compor o arquivo pessoal do participante, e um brinde, que consistia em uma tatuagem temporária e um Qr code que direciona a este blog. 

Brinde concedido aos expectadores da oficina

Integrantes do Blog OldSchool Docs

Por fim, foi pedido a cada participante que assinasse nossa lista de presença, pois através da lista, passaram a participar do um sorteio de uma tatuagem, que em breve iremos divulgar o vencedor aqui no blog.


Então é isso pessoal, até mais.

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